sábado, 14 de dezembro de 2013

Família. Dever. Honra. Em honra a Casa Tully!

Fonte: http://images5.fanpop.com/image/photos/29900000/House-a-song-of-ice-and-fire-29966057-1920-1080.jpg
       Não é a toa que a casa Tully é uma de minhas preferidas (E sim, estou fascinado pela doce e triste história de sor George Martin). Mas suas palavras me deixam um estranho familiar recado. Família, dever, honra. São os dizeres da fictícia casa Westeroshi. Mas os senhores de Correrrio são imensamente sábios com essas palavras. Não tem nada haver com o que representa a casa, pelo menos não do que eu quero tratar. E sim as cruzes que ela revelam. As cruzes de todo homem que se diz correto.
       Comecemos de traz para frente. Honra. É a terceira importância. Um homem correto das antigas diria que todas são igualmente relevantes, mas estaria mentindo. A honra é sempre a terceira. Um homem correto tem nessa cruz a triste meta de cumprir sua palavra, promessa, seja o que for. É melhor ter um inimigo honrado do que um ambicioso, sem dúvida. E é ai que mora o perigo. Nos tornamos previsíveis quando somos honrados. E nos tempos de enormes contos de fada de hoje, ser previsível é a nossa possível sepultura, seja sepultura para qualquer coisa, como amor, dinheiro e por ai vai.
       Dever. Ultrapassa a honra, com certeza. O dever é o que nos prende pelas promessas ditas. E, quebrar um dever é ao mesmo tempo quebrar a honra. Esta sina é dolorosa. Homens de ferro se quebram sobre ela como isopor. O dever traz um peso severo ao corpo durante a vida. Seja um dever amargo, seja um dever, doce, não importa. No final, o que lhe faz dormir a noite é a boa sensação de dever cumprido. Mas o que amargura seu dia é o dever por cumprir.
       E por último, e mais importante, a família. Trair um familiar, ou pelo menos se fazer pensar assim, leva o homem de fé a beira da loucura. Quebrar a família é quebrar o dever de quando nascemos. E quebrar o dever, como já dito, é quebrar a honra. Mas além desse triste fato é que não é o pior. Pois quebrar a família é o mais fácil de todos, já que podemos não ser nós que a deixamos quebrar. Um zilhão de coisas podemo quebrar a família. Familiares, conhecidos, estranhos... Qualquer um que esteja disposto a fazê-lo o poderá fazer.
      Por que falo isso? É porque eu penso nessas coisas. Penso eu ser um homem correto, mas admito ter meus deslizes, sejam estes pequenos ou grandes. Ainda não quebrei nenhuma das três cruzes, apesar de me lembrar uma ou duas ocasiões que entalhei-as ou me entristeci por elas permanecerem intactas. Três palavras, três sinas. Três chaves para destrancar e desarmar um homem digno. E acredite, é tão fácil ultrapassar como é difícil encontrá-los nos dias de hoje.

sábado, 30 de novembro de 2013

Onde é o seu lugar(es)?


Fonte: http://cache02.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//19/7a/93/14507_0000q0tb.jpg
      O seu? Qual é? Tem muitos ou são poucos? Ou é um só? Bem, tem muita gente que sabe, muita gente que sabe, muita gente que pensa que sabe e não sabe e muita gente que pensa que não sabe e sabe. Meu caso é simples: eu não sei. Sei de lugares que tenho certeza que não são meus, e outras que definitivamente nunca serão. E se por um lado é triste não ter um lugar, você não sente falta de determinado lugar. Porém, é engraçado como chegamos a essas conclusões.
       Já tive certos vislumbres de lugares em que eu possa pertencer. Mas foi estranho. Já frequentei certos tipos de lugares várias vezes e me senti desolado. Mas poucas vezes frequentei o mesmo tipo de lugar e me senti completamente no meu lugar. É difícil descrever, mas acho que me entenderam. Porém por certas pessoas eu sempre insisto em frequentar lugares que eu sei que não é meu lugar e, ao chegar lá, adivinha? Sim, não era meu lugar mesmo. É a famosa "solidão na multidão". Você não tem assuntos com ninguém, e parece que eles sentem o mesmo em relação a você. Sim, é cruel.
       Mas quando estive em lugares que me senti no meu lugar foram momentos simplesmente mágicos. Mas parece que o destino não deixará que eu saiba qual é meu lugar pois sempre que tenho uma meia ideia de qual é, ele desaparece como uma tempestade de areia. Então volto a vagar sozinho num mar de gente, avistando de longe lugares candidatos ou pessoas me puxando mais e mais pra solidão.
       Encontrar o seu lugar é uma tarefa diferente pra cada um. Bater o pé e falar que é aquele lugar que você pertence pode ser uma boa tática se todos se adaptarem a você. Mas não é todo mundo que tem este poder. E, para aqueles que não tem e tentam descobrir seu lugar, podem acabar o descobrindo ou virando um andarilho moderno.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Indireta - Pra você e para todos

Fonte: http://emoracao.holdingcesape.com.br/blog/
wp-content/uploads/2011/10/apontando-o-dedo.jpg
       É incrível como o ser humano é capaz de enfrentar grandes medos e desafios e ficar se escondendo de outros menores. Mas muitas vezes pode ser que utilizar o artificio de se esconder primeiro pode levar a vitória. Mas ainda assim não entendo uma coisa: indiretas. Nunca intendi e acho que nunca vou entender, mas ninguém me proibi de pensar a respeito, não?
       Segundo o maior responsável pelos jumentos, indireta é  algo que é dito de forma mascarada, para que seja entendido "no ar". Isso é algo perigoso. Se você deixa algo solto, muitas vezes poderá arranjar várias opiniões. Pense bem: uma boa isca irá atrair muitos peixes. Essa parte é simples de entender, o que é difícil é o por que usar indiretas.
       Como não achei nada sobre a história das indiretas, penso em algumas teorias sobre sua origem. A primeira delas fica na idade medieval. As mulheres, sendo o símbolo da pureza e da educação eram o exemplo da moral e dos bons costumes. Sem poder expressar seus desejos, ou terminava seus dias agindo como a sociedade esperava ou seduzia seus pretendentes com indiretas, mas indiretas realmente difíceis de serem captadas.
        A segunda é um pouco menos "viajada". Pessoas, que consigo imaginar desde o surgimento do homem, sempre conviviam em grupos. Estes grupos tinham várias histórias em comum e muito pouco a esconder. Porém, quando se encontravam com outros grupos e tinham coisas a dizer, mas falar em claras poderia ofender as outras pessoas que não fossem do seu convívio, podendo gerar brigas desnecessárias. O que faziam então? Utilizavam indiretas! A comunicação se mantinha segura até certo ponto e ninguém saia ofendido.
       Mas hoje em dia é realmente necessário o uso de indiretas? Tem seu certo charme e, na dose certa, seu certo humor. Mas se é algo que eu nunca consigo captar, isso é. As únicas indiretas que consigo detectar são aquelas de convívio, nada além dessas. Espero que não haja muitos como eu, é difícil ser meio lerdo. '-'

domingo, 6 de outubro de 2013

Bipolaridade: Eu vs Eu

Fonte: http://static.hsw.com.br/
     Depressão, tristeza, alegria, azar, auto confiança, desespero, felicidade, tranquilidade... Hoje em dia lhe mandam viver tudo tão intensamente que, por mais forte que seja seu pensamento, estando certo ou errado, fica difícil não se afetar pela opinião alheia. Não ter um namorado pois o anterior não declarava seu amor eterno todos os dias, deixar o emprego pois você não ganha o tanto que acha, ou acham, que deve ganhar e até mesmo desistir da vida por que não tem um Iphone ò_ó.
      Mas isso são apenas fatos. Imagine agora conviver com isso constantemente? Dia-a-dia lutando com as emoções que mudam a todo instante, sem saber o que vai acontecer na próxima vez que piscar os olhos? Essa pode ser a realidade de pessoas que são portadoras do TBH, transtorno bipolar de humor. 
          Pra quem não sabe, o TBH trata-se da um transtorno em que o humor assume autonomia, deixando de responder adequadamente ao que seria esperado. A bipolaridade se manifesta com fases maníacas ou eufóricas, fases depressivas (apatia, tristeza) e fases mistas (agitação, irritabilidade e ansiedade) [Fonte: http://www.bipolaridade.com.br/].
        Posso estar maluco, mas, pra mim, essa "doença" é o que mostra o quanto o ser humano é imprevisível, fraco e esplendido, tudo ao mesmo tempo. Do mesmo modo em que tudo é um mar de rosas e se transforma no "rio Estige" (é o rio que corta o submundo grego), seu limão vira uma limonada. E o que mais me chama atenção nesta magnífica característica humana são as duas fazes. Imagine uma voz de locutor as dizendo enquanto você lê: "Fase de mania e a fase de depressão".
         Mania: pode ser caracterizada por vários aspectos, como auto-estima elevada, necessidade de sono diminuída, verborragia (cara, eu amo essa palavra), fuga de ideias, distraibilidade, inquietude e impulsividade. Depressão: estado deprimido, anedonia (interesse diminuído ou perda de prazer nas atividades de rotina), sensação de inutilidade, culpa excessiva, dificuldade de concentração (sim, nas duas fases a distração é uma característica), fadiga e distúrbio alimentar.
         E o toque especial, deixei para o fim. A característica mais comum para quem é portador dessa dádiva é a criatividade! Sim! YES! Enquanto a sociedade é capaz de atear fogo nos pobres transtornados apenas por serem transtornados, há um grande índice de criatividade nessas pessoas. Criar pra quem muda o tempo todo é algo natural. Pode ser que não venha algo muito bom agora, mas a única certeza de um bipolar é que essa fase vai mudar, de um jeito ou de outro!
          Não sei ao certo como é feito ao teste de bipolaridade, se é algo genético ou congênito e se há algum tratamento de sucesso. Mas, se a pessoa consegue se controlar a ponto de não fazer nenhuma loucura, seja no estado de mania ou de depressão, espero que ela continue sendo assim. A briga é intensa, nunca vai parar. Mas é isso que nos torna interessantes, tanto pra si mesmo quanto para os outros. E não a nada melhor do que ser louco, não? 

sábado, 31 de agosto de 2013

Chemical Wars - O começo do fim do mundo

Fonte: http://fenixdefogo.wordpress.com/tag/ragnarok/
       "A Organização das Nações Unidas confirma um número superior a 1.400 mortes na República da Síria causadas por um possível ataque de mísseis com componentes químicos tóxicos...". É, parece que o mundo dessa vez está começando a se tornar doentio, e tudo devido ao poder incontrolável da informação. O que parecia ser apenas teorias de conspiração começa a se tornar realidade. Finalmente, as Guerras Químicas começam a se manifestar em mais países.
       O que seria mais mortífero? Atacar um país em outro distante continente com tanques ou decidir uma Guerra Civil em uma ditadura com Gases tóxicos? Com certeza, a segundo opção já se mostrou mais eficaz, e cruel também. Mas não é uma ideia nova. Há vários casos na história que mostra o poder do cérebro humano em relação à química para minar seus adversários.
        O primeiro episódio que consigo me lembrar é a brilhante estratégia de Napoleão da "terra arrasada". O ato consistia em queimar todos os campos, alimentos e gados presentes em um terreno que o inimigo iria avançar. Mudando as características do solo e disseminando a contaminação por podridão dos animais mortos, as tropas rivais morreriam de fome e doenças que a pobre medicina moderna não conseguiria suprir. Não é a toa que o francês é o terceiro maior conquistador de todos os tempos, empatado com Hitler.
         O alemão do bigode também já mostrara suas garras. Ele é responsável pela criação de milhares de campos de concentração, que não servia apenas para trancafiar pobres judeus, mas também para testar a resistência humana, com banhos de ácido para cima. Mas, se essa perseguição tivesse sido destinada a outra religião, talvez Hitler conseguisse uma das mais poderosas armas criadas pelo homem.
          Um judeu, brilhante e perseguido pelo nazismo, também desenvolveu algo capaz de acabar com a vida através do poder das moléculas. Ninguém menos que Einstein desenvolveu toda a teoria da bomba atômica, que já causou mais mortes do que a primeira guerra mundial em dois ataques. Pelo menos este se sentiu culpado pelo fato, resolvendo acabar com qualquer ideia agressiva ao ser humano desde sua crise de consciência. Porém, o caos já fora disseminado.
        Qualquer PM hoje em dia, treinado para dispersar multidões, também está munido de armas químicas, porém mais brandas. O gás lacrimogênio não só causa efeitos nocivos ao ser humano, mas também pode levá-los ao óbito se inalado por um tempo acima de algumas horas. Sua função não é só repelir, mas também adestrar a população a não agir contra as autoridades governamentais.
         O exército está cheio de armas químicas das mais variadas. Vem desde a pólvora presente em cada disparo de um simples revolver, passando pelas bombas de gás, o uso de bombas de C4, famosas em jogos FPS, e vai até o uso dos famosos gases tóxicos sírios, responsável pela morte de milhares de crianças neste ano.
          Até mesmo as soluções "ambientais" de energia são culpadas. As usinas nucleares, responsável pela criação de energia sustentável e menos poluente tem um grande poder de destruição quando um pequeno acidente ocorre. O maior exemplo que temos é a cidade fantasma de Chernobyl, ainda cheia de prédios inabitados e com alto teor radioativo.
       Se o ser humano está tentando destruir o mundo onde vive, desde o mais remoto gás carbono lançado sem responsabilidade na atmosfera, desde a contaminação da água pelo inofensivo óleo de cozinha, até o uso de armas químicas para trabalhar contra o metabolismo do ser humano, está conseguindo em muito bem. Talvez chegue um dia em que alguém irá virar e se perguntar: "Onde foi que nós erramos?". E assim, a crise de consciência faça com que a raça humana pense duas vezes antes de acabar com o próprio lar.

sábado, 17 de agosto de 2013

Segredos: o erro de midas


       Segredo é sempre algo relativo. O que para uma pessoa é segredo pode ser apenas uma informação simples para outros. Mas o fato é: o segredo existe desde os dois primeiros homens das cavernas. Há dois problemas clássicos de se ter um segredo. O primeiro é obvio: certas medidas devem ser tomadas para que o segredo seja mantido em segredo '-'. E o segundo é a crescente vontade que o benevolente ser humano sente em partilhar segredos.
       O primeiro motivo é muito fácil de ser entendido. O significado de segredo é aquilo que é oculto. Manter aquilo que é oculto oculto muitas vezes faz com que agimos de forma diferente. Criar um mundo em volta da uma informação e torná-lo real é algo difícil. É necessário saber exatamente o que fazer o que vai acontecer para que ninguém descubra nada.
       O segundo motivo é submissivelmente delicioso. Pense assim: dinheiro não compra tudo. A afirmação procede. Mas tem algo que compra tudo. E este algo é o segredo com outro nome. A informação compra tudo, e duvido que você me fale algo que ela não pode comprar. Quem tem a informação correta, pode ir dos mais baixos proletários até os mais altos executivos. Dos mais desagradáveis seres até o mais nobre deles. A informação lhe fornece máscaras, que cabe ao portador saber usar.
       Midas cometeu o erro de contar os seus segredos a quem não tinha informação. E não me refiro a lenda da "mano di Mida", e sim a suas celebres orelhas de burro. Midas, ao afrontar o Deus Apolo, fora sentenciado a viver o resto de suas vidas com um vistoso par de orelhas de burro. O único que sabia era o seu cabeleireiro e não podia contar a ninguém. Sem saber o que fazer para segurar a vontade de contar, cavou um buraco na terra e gritou a frase "Mida ha le orecchie d'asino!" (Midas tem orelhas de burro!). Até ai estava tudo bem, mas o que o cabeleireiro não sabia era que, toda vez que um vento soprava neste buraco, a frase seria ouvida por todos que passassem por perto.
       Midas virou chacota, o pobre homem foi sentenciado a morte e a desinformação fora algoz da história. Então segredos podem facilitar a sua vida, ou simplesmente acabar com ela. No meu caso, gosto de ser informado pois é...divertido. =D

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Intimidade, algo que você não devia oferecer!



       As más línguas dirão que dar intimidade é coisa de pecadores libidinosos e malefícios da carne. Porém, não uso o termo Intimidade com esta finalidade. Intimidade é empregado aqui como resultante de convivência pacífica excessiva. Isso implica em o que? Bem, no meu caso, deboche, piadas ruins, conversas sobres assuntos nadavê e, como não sou nada humilde, um bom psicólogo.
       Mas intimidade, como a própria palavra já diz, é algo íntimo. Aqui, um dos significados dessa palavra é "que existe no âmago do nosso ser". E, como sabemos como é o magnífico ser humano, sair por aí mostrando o que temos no âmago é algo perigoso. Muitos casos dão certo, como casamentos, amizades, namoros, blá blá blá. E há muitos casos ruins também, como um exemplo extremo a morte nas mãos de um psicopata.
       Também há casos em que, mesmo reclamando da intimidade concedida, que é quase virgindade perdida, ou seja, não tem volta, mas mesmo assim adora fazer isso. E receber intimidade de uma pessoa também é algo a se considerar uma boa coisa, pois mostra o quanto a pessoa está feliz em lhe conhecer, mesmo podendo ser alguém que dá intimidade a rodo. 
       Sendo uma pessoa um pouco mais reservada, e amante das máscaras, não saio por ai distribuindo minha intimidade. E também nem a dou com facilidade. Convivo hoje com pessoas já a anos que não sabem nem um pouco o que se passa dentro dessa mente confusa e dissimulada. Mas, com certeza, tem pessoas escolhidas a dedos que entendem exatamente cada pensamento e sentimento que torna minhas vibes tranquilas ou agitadas. Inclusive, recentemente, a maior detentora deste meu bem precioso resolveu demarcar território. Quem sabe esse caso não da certo também? =D