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Não é a toa que a casa Tully é uma de minhas preferidas (E sim, estou fascinado pela doce e triste história de sor George Martin). Mas suas palavras me deixam um estranho familiar recado. Família, dever, honra. São os dizeres da fictícia casa Westeroshi. Mas os senhores de Correrrio são imensamente sábios com essas palavras. Não tem nada haver com o que representa a casa, pelo menos não do que eu quero tratar. E sim as cruzes que ela revelam. As cruzes de todo homem que se diz correto.
Comecemos de traz para frente. Honra. É a terceira importância. Um homem correto das antigas diria que todas são igualmente relevantes, mas estaria mentindo. A honra é sempre a terceira. Um homem correto tem nessa cruz a triste meta de cumprir sua palavra, promessa, seja o que for. É melhor ter um inimigo honrado do que um ambicioso, sem dúvida. E é ai que mora o perigo. Nos tornamos previsíveis quando somos honrados. E nos tempos de enormes contos de fada de hoje, ser previsível é a nossa possível sepultura, seja sepultura para qualquer coisa, como amor, dinheiro e por ai vai.
Dever. Ultrapassa a honra, com certeza. O dever é o que nos prende pelas promessas ditas. E, quebrar um dever é ao mesmo tempo quebrar a honra. Esta sina é dolorosa. Homens de ferro se quebram sobre ela como isopor. O dever traz um peso severo ao corpo durante a vida. Seja um dever amargo, seja um dever, doce, não importa. No final, o que lhe faz dormir a noite é a boa sensação de dever cumprido. Mas o que amargura seu dia é o dever por cumprir.
E por último, e mais importante, a família. Trair um familiar, ou pelo menos se fazer pensar assim, leva o homem de fé a beira da loucura. Quebrar a família é quebrar o dever de quando nascemos. E quebrar o dever, como já dito, é quebrar a honra. Mas além desse triste fato é que não é o pior. Pois quebrar a família é o mais fácil de todos, já que podemos não ser nós que a deixamos quebrar. Um zilhão de coisas podemo quebrar a família. Familiares, conhecidos, estranhos... Qualquer um que esteja disposto a fazê-lo o poderá fazer.
Por que falo isso? É porque eu penso nessas coisas. Penso eu ser um homem correto, mas admito ter meus deslizes, sejam estes pequenos ou grandes. Ainda não quebrei nenhuma das três cruzes, apesar de me lembrar uma ou duas ocasiões que entalhei-as ou me entristeci por elas permanecerem intactas. Três palavras, três sinas. Três chaves para destrancar e desarmar um homem digno. E acredite, é tão fácil ultrapassar como é difícil encontrá-los nos dias de hoje.