segunda-feira, 17 de junho de 2013

Revoluções!

       Sinceramente, pensei que esta revolta devido ao aumento nas passagens de ônibus era uma boa causa, mas seria matar uma barata com um tiro de canhão. Não via o porque de criar tanto alvoroço pra isso, quando se tem tantas outras coisas para poder termos manifestações nas ruas. Mas ai, meu caro irmão André me disse a seguinte frase: "tem de começar de algum lugar, né?". Que brilhante frase! Foi então que me inspirou a escrever como uma pequena revolução pode mudar o mundo, ou, pelo menos, o nosso mundo.

       A revolução farroupilha (1835 - 1845) ocorreu no Rio Grande do Sul e teve como principal estopim a política econômica imperialista que afetava aquela região. Os farroupilhas (assim chamado pelo pano que usavam) estavam dispostos a lutar pela causa pecuária, pois mesmo se muito produziam, pouco recebiam por isso. Não queriam, a princípio, retirar o poder do imperador, mas essa revolta reverberou pelo Brasil inteiro, dando exemplo para outras revoltas como a Sabinada, a Balaiada e até mesmo a inconfidência mineira.



       Em 1961, o então eleito presidente Jânio Quadros renunciava antes mesmo de tomar sua posse em frente a república. E antes que o seu vice-presidente, João Goulart, assumisse a presidência, foi implementado no Brasil um regime parlamentarista. Jango, assim conhecido, lançara o plano trienal para salvar a economia, e após plebiscito em 1963, voltava a república presidencialista. E, em 64, o golpe militar. O curioso era que a campanha publicitaria apareceu em peso, dizendo que o Brasil não poderia virar um país socialista, até mesmo comunista. Os povos foram a rua e os militares assumiram o país.

      Mas nem tudo são flores. A revolta da chibata (1910) mobilizou mais de 2000 marinheiros que reivindicavam a extinção dos castigos físicos que aconteciam dentro da marinha. Porém, toda e qualquer forma de protesto era visto como ato de vadiagem e violência. Até que os marinheiros tomaram navios da marinha e viraram seus canhões para a baia de Guanabara, prometendo atirar contra terras brasileiras se os castigos não fossem extinguidos. O governo então aceitou, mas só após alguns ataques de João Cândido ao Palácio do Catete. E aqui a história se diverge, pois no mesmo dia em que foi expedido a anistia aos revoltosos, navios que não aderiram a revolta contra-atacaram os navios contra a chibata, causando mais de mil mortes e feridos. No fim, quatro dia depois, os castigos físicos foram abolidos. Mas um dia depois, os marinheiros da revolta foram expulsos.

       Se as revoltas existem é porque existem insatisfeitos. E se a revolta é grande é devido a existência de muitos insatisfeitos. Aqueles que se acomodam no poder, virando os olhos para o próprio bolso e não para aqueles que o elegeram esta fadado a ser o alvo de protestos, mesmo que estes demorem. E eles estão demorando até demais.

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